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a dona da cadeira



o Brasil é o quinto país do mundo em que mais cresce o empreendedorismo feminino (os dados são do SEBRAE/DIEESE 2020).


gostaria de olhar para o número e poder comemorar, mas a verdade é que a grande maioria das mulheres empreende por necessidade. o mercado de trabalho remunera mal; as empresas não estão preparadas para lidar com a maternidade; as mulheres precisam fazer caber duplas ou triplas jornadas e inúmeras famílias dependem das mulheres para o sustento das crianças e idosos (porque os homens, no caso, vão embora).


não é um cenário para se orgulhar (alô eleições, alô empresas!) e ainda quero propor que você não se acomode na cadeira da empreendedora.


empreender, no meu ponto de vista, é uma postura, uma ação relacionada a começar algo do zero ou inovar em algum aspecto. maravilhoso, necessário e pra se orgulhar, também acho!


mas acredito que a brasileira precisa (tomar consciência e) usar o seu poder pessoal pra mudar de lugar.

muitos negócios surgem em condições adversas ou pela necessidade de adaptação da mulher a uma nova rotina, mas a gente precisa ter coragem pra tirar as nossas carreiras de um lugar de ‘complemento ao trabalho do marido’ ou de algo que é como um hobby mas que rende um dinheirinho pra ‘fazer as suas coisas’.


a gente pre-ci-sa ter coragem pra formalizar, organizar financeiramente, criar processos e sistematizar, contratar equipe, expandir. entender o negócio de ponta a ponta. saber onde estão os furos e oportunidades. e de tempos em tempo retomar a postura empreendedora para melhoria e inovação, mas a partir de um lugar muito mais próspero e de sucesso - o da empresária.


você pode me dizer que não tem esse talento - o que acredito e respeito - mas aprenda a contratar, delegar, fazer de forma colaborativa.


tomar o 'empreender' como um estado permanente, soa como algo que está sempre ‘em experiência’, tentando se provar e que pode acabar confortável pra gente ficar pequenina, acuada.


do bolo de pote à tecnologia, não deixe a empreendedora que existe aí dentro te desencorajar a ir para as cabeças.


pra esse dia do empreendedorismo feminino: não vamos passar pano e glamurizar uma realidade bem tristíssima pras mulheres, mas sim celebrar essa potência que faz a gente dar nó em pingo d’água e se abastecer de força pra ocupar a cadeira da ponta da mesa.

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