essa semana a sua rede social tb vai ficar cheia de fotos de gente usando calças de moletom desbotadas, meias de lã com chinelo e casacos de tricô por cima de blusa de manga comprida - tudo assim desconjuntado - ilustrando com ironia esse dizer de que as pessoas se vestem melhor no inverno.
é quase ‘natural’ que a gente que vem de cidades ensolaradas \0/ vá mal no frio e, dependendo de onde se vive, faz mesmo sentido que a nossa gaveta de biquínis tenha mais atenção (e intenção) do que o guarda-roupa de inverno.
mas quero aproveitar esse mini pânico que a gente sente quando assunta com a previsão do tempo pra propor o começo de um raciocínio (ó o vídeo completo no final do post) pra guiar uma construção que funcione pra onde quer que se viva, faça chuva ou faça sol. ainda que nenhum (ou quase nenhum) guarda-roupa comece do zero, da pra ter inteligência e fazer escolhas que beneficiem demais o nosso próprio rolê de vestir todo dia e eu acredito que essa ideia começa de um jeito muito simples, com a gente se perguntando
EU PRECISO DE ROUPA PRA QUÊ?
é um caminho prático rascunhar, a partir dessas perguntas, ó, o esqueleto de uma semana completa - podendo extrapolar pro ano inteiro, na medida em que a gente vai se entendendo/se reconhecendo:
_ quais são os seus compromissos mais típicos (pensados em grandes blocos: trabalho, ginástica, lazer, dormir, etc)
_ quanto tempo, em horas do dia, essas atividades ocupam (pra ter correspondência em espaço de armário e prioridade de compras)
_ como (em roupa) você se sente confortável pra desempenhar essas atividades
_ quais são as peças que funcionam melhor para você alcançar esse seu conforto
desse primeiríssimo retrato pode sair um plano de ação pra ser transportado pro armário e pra uma lista de 'tem que ter' do bem. essa base concreta ajuda a gente a entender como distribuir nossa energia e dinheiro com mais estratégia: é um esqueleto muito objetivo (visual, possível de se pensar até em proporção) do que a gente precisa ter pra vestir na vida real - e que daí vai desdobrar deliciosamente em texturas, caimentos, materiais e design.
tudo passível de ajuste pra realidades diferentes, mas aqui... pensa em quanto tempo a gente passa dormindo pra não ter pijamas gostosos, ou quantas vezes a gente usa um vestido de casamento pra fazer tanta parcela, ou quanta qualidade precisa ter a roupa de ginástica que se lava semanalmente?!
verdade que o que a gente veste também passa por sensações, mensagem, moda, cultura e religião, tendência, tamanho de corpo, orçamento, valores e vontades, especialmente. mas ter esse mapa de o que deve compor o nosso próprio armário pra que ele possa FUNCIONAR, (me) parece demais uma receita boa pra cultivar, ano a ano, um acervo que em vez de oprimir com sensação de escassez, contribua pra nossa própria qualidade de vida - no verão ou inverno, na frente do espelho.